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segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Depois da curva do rio



Um castelo de cartas. Uma fileira de dominós caindo um sobre o outro. Sem fim aparente. E você torce pra acabar. Doce ilusão.
Chame de deus. Chame de diabo. Chame de "puppet master". Chame de "Lei dos Grandes Números". Chame de "Caos Determinístico". Chame de Destino.
Você finalmente desiste de controlar. Alívio, enfim. Não se debater é sempre a melhor estratégia.
Como quando você começa a se afogar. Não lute, não sofra. Aproveite o momento. Mas não desista. Nunca ("Cara evolução..."). Espere o melhor momento pra tentar sair do turbilhão. Talvez tenha sorte.
Afinal a vida é uma torrente. Quando crianças eles pegam e nos jogam em um rio de águas aparentemente calmas. Você até começa a gostar da ideia.
Mais um exercício de autoengano.
Eis que depois da curva do rio encontrarmos uma cachoeira. Gigantesca. É sempre assim. Não dizem que após a calmaria vem a tormenta? Ou seria o contrário? Não pra mim.
E, num último relance - daqueles que você grava na memória - ao olhar pra trás, você vê um velho vestido de coringa com um violão parecido com o do Bob Dylan nas costas. Ele estampa um sorriso dissimulado de meia-boca, e murmura:
"- Eu não te avisei?"
Você não ouve, mas compreende perfeitamente.
Verdade, bem que você avisou. Até hoje, a sua voz grave ecoa na minha cabeça: "Não brinque comigo."